Compositores e Obras Sonoras
Compositores convidados:
Natalia Henao (Medellín/CO)
João MacDowell (Brasília/BR & Nova York/EUA)
Kerry Priest (Totnes/UK)
Ana Maria Romano (Bogota/CO)
Rafael Mejía (Medellín/CO)
Cândida Borges (Rio de Janeiro/BR & Nova York/EUA)
Rodrigo Henao (Medellin/CO)
*Esteban Henao (Medellín/CO) – Som, vídeo e projeções
05 de agosto de 2023
OBRAS
Quien Soy [Quem sou] – Natalia Henao y Cândida Borges
Si voy diciendo lo que oí
En el desierto de tu voz
Si voy diciendo lo que vi
En las arrugas de tu hoy
Voy andando sin decir
La fuerza grande de tu soy
Voy diciendo por ahí
Que no me fio de quien soy
No caminho descobrir
o que o mundo te guardou
tantos rumos percorrí
nem teu sonho perguntou
Ser o mundo a permitir
o encontro desses dois
o destino a me servir
um banquete se acordou
Y voy gritando por ahí
para encontrarme con quien soy.
“Mutations” [Mutações] – instalação sonora da exposição – Cândida Borges
“Mutations” são organismos artísticos de duração ilimitada, que geram um novo trabalho a cada novo salto/performance. A composição é feita em tempo real através da interação ao vivo do compositor com gravações de campo do Projeto DNArchive, em áudio e imagem.
Uma seleção de paisagens mundiais em cidades transculturais são combinadas/mutacionadas através de um processo especial de composição digital, que transmuta som e imagem num processo transgênico. Funcionando como uma enzima de DNA, o processo de composição atua combinando aleatoriedade com processamento de som/vídeo para digerir gravações ambisônicas e 360° de locais transculturais. Esta é uma analogia com o processo genético de mutação, que produz diversidade nos organismos biológicos. Este processo produz diversidade em paisagens artísticas, em tempo real para cada performance e específicas para um sistema de instalação de site.
Esta composição faz parte do Projeto DNArchive, que traz o poder da memória, ancestralidade e migração para pesquisas artísticas de doutorado conduzidas pela prática sobre pessoas e cidades transculturais ao redor do mundo, como um processo de reconhecimento de migração histórica e eventos da diáspora.
“Mirlo, Gaviotas y Tablistas” [Melro, Gaivotas e Surfistas] – Kerry Priest
“Mirlo, Gaviotas y Tablistas” é um poema multivoz baseado na observação do nascer do sol na praia de Teignmouth, Devon, Inglaterra. Todos os sons são produzidos pela voz humana. O arranjo combina isopolifonia com técnicas aleatórias para imitar os ciclos da natureza. A amostra vocal multilíngue de Transeuntis Mundi aumentou o efeito polifônico, criando a impressão de uma praia lotada.
Vaivén [Balanço] – Ana Maria Romano
Vaivén: Flutuação mínima, instabilidade imperceptível. Mundos circundantes, espaços de ir e vir, hesitações internas.
Agite o universo a cada hora. Distúrbios que sacodem milímetros de pele. Sacudir. Render.
“Sonidos Caminantes” [Sons Caminhantes] – Esteban Henao
Sonidos Caminantes é uma obra eletroacústica que explora ritmos, ambientes, vozes e sonoridades que refletem a diversidade de caminhantes e lugares captados nas gravações de campo do projeto Transeuntis Mundi. Através de técnicas de processamento e manipulação sonora, as paisagens sonoras são transformadas, criando novas dimensões auditivas que permitem descobrir e explorar as histórias dos caminhantes. O movimento e a trajetória dos sons no espaço são utilizados para evocar uma sensação de imersão e conexão com os caminhantes e suas experiências.
04 de agosto de 2023
Metro Birds [Aves Metropolitanas] – Rafael Mejía
Ao desfragmentar as frequências do som do metrô de Nova York aparecem as “aves” que o acompanham, avisando sua chegada e sua partida, as aves são representadas nas frequências altas e são acompanhadas por um som grave e constante, sons que sempre estão em movimento, como as pessoas que usam esse meio de transporte, migrando dia após dia para chegar aos seus destinos.
Biografias
Natalia Henao
Kerry Priest
Kerry é poeta, artista sonora e DJ com sede na Inglaterra. Seu trabalho utiliza a manipulação digital para falar da natureza e através dela, assim como a fenomenologia metafísica e natural presente em seus poemas. Atuou no Royal Festival Hall (Londres, 2019), no Plymouth Art Weekender (Plymouth, 2018) e em vários festivais (Latitude, Bestival e XOYO) e conferências universitárias.
Rafael Mejía
Trompetista e compositor Santandereano, estudou na Universidade Industrial de Santander (UIS), onde realizou seus estudos de pregrado de trombeta e empilhou seus estudos de composição na cidade de Bogotá. Entre os anos de 2014 e 2016, realizou seus estudos de mestrado em composição musical na universidade EAFIT da cidade de Medellín. Ele se concentrou em sua linguagem compositiva nas músicas do mundo, na acústica e na eletroacústica. Atualmente ele é professor de trombeta na Rede de Escolas de Música de Medellín e fez parte do Grupo de Investigação de Música e Novas Tecnologias Musux na Universidade EAFIT, é o diretor do Quinteto de Bronces 5/4 Brasa Quintet e foi ganhador de as Becas Bicentenario 2017 do governo de Santander na modalidade de música de câmera, com o projeto de viagem eletroacústica por Santander.
Cândida Borges
Musicista e artista transmídia, educadora, compositora e acadêmica. Ph.D. em artes pelo ICCMR da Universidade de Plymouth (Reino Unido), Mestre em música/piano pela UFRJ, Co-fundadora e diretora do Projeto Transeuntis Mundi e da ONG Casa de Arte e Cultura.
Esteban Henao
Engenheiro de som e artista sonoro interdisciplinar colombiano. Seu trabalho aborda diversas temáticas que influenciam seu processo criativo e de exploração sonora. Entre esses interesses está a memória, os espaços, a realidade virtual, o ruído, os paisagismo sonoro e a tecnologia. Atualmente, ele é professor de engenharia de som na Universidade San Buenaventura e estudante de mestrado em artes na Universidade de Antioquia. Através da criação de obras de música eletroacústica e peças de realidade virtual, busca fundir diferentes disciplinas e explorar novas formas de expressão sonora.
Apontado pela imprensa sueca como “um novo pensador do gênero” (Johanna Paulsson, Dagens Nyheter), o compositor brasileiro João MacDowell tem uma carreira que vai do punk à ópera. Duas vezes premiado pelo Espólio Ingmar Bergman, é autor de óperas como Tamanduá, Flores de Plástico, Gritos e Sussurros e O Sétimo Selo. Como solista, João MacDowel foi o ato de encerramento da Cerimônia do Centenário de Ingmar Bergman na igreja onde o diretor está sepultado. A ópera Sétimo Selo foi apresentada pela primeira vez em formato de câmara no Museu de Arte Moderna de Estocolmo (Moderna) e em formato orquestral em Tatuí e Ilhabela (2018). Na Companhia Internacional de Ópera Brasileira – IBOC – João MacDowell desenvolveu uma abordagem que chama de “Ópera do Oprimido”, baseada em Paulo Freire, Augusto Boal, José Celso e Brecht.